''Não meu bem,

Eu não vou dizer que não era bonito e nem mentir que seus lábios não se encaixaram nos meus. Na verdade, não vou dizer nada, vou deixar o silêncio dominar todo o quarto, afinal, nem você saberá como me perguntar isso. Vou fingir que seus olhos não estão chorando, eu não te fiz sofrer tanto assim. Vou fingir que as minhas pernas não estão tremendo de vontade de sentir o gosto gelado e amargo de seus lábios ressecados. Vou continuar achando que eu não te fiz sofrer tanto por uma causa tão obvia que se chama amor. Quero apenas que seus dedos me toquem novamente e assim, sentir sua respiração ofegante nesse quarto silencioso apenas no meu ouvido para que o meu coração possa de uma ver por todas se reconstituir... Mais infelizmente querer não é poder, e poder não é apenas querer. ''

Créditos: Khaila Dias.

Stories of a lifetime. (trecho)

''O deserto da manha me proporcionava uma serenidade inexplicável, minhas mãos congeladas procuravam abrigo nos bolsos quentes e macios de meu moletom, meu cigarro era como um tranqüilizante injetado em minhas veias toda manhã, seu gosto viciante e amargo acompanhado de uma xícara de café me acalmava e transformava qualquer mau humor em algo agradável, o tempo era como uma bússola que não funcionava, você não conseguia saber exatamente se iria chover ou se o sol reinaria pelos céus daquele lugarzinho medíocre. Geralmente as manhãs eram frias, as tardes extremamente calorosas e a noite um pouco mais refrescante, até que era um tempo agradável. ''

Histórias de uma vida.

Aquele nosso inverno...

Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio de uma praça, minhas mãos estarão trêmulas e meus pensamentos perturbados, mas meus braços serão suficientes pra te abraçar e minha voz vai querer dizer tantas coisas que eu vou acabar calado durante todo o tempo, só te olhando, sem dizer absolutamente nada, apenas te olhando e pensando em como você me acalma.

Antes de dormir..

''Olha, não é bonita e mal chega ser aconxegante, na verdade, nem eu sei o que aquela escada faz lá. Eu posso até ver um filme de terror naquelas trancas e as portas não parecem tão novas assim. Até Melany esta aqui e claro, aquela sua bolinha amarela irritante também. É, depois que joguei aquela bolinha dentro de sua cova acho que nunca mais a largou. As manchetes coladas na parede parecem antigas, acho que se eu olhar um pouco mais consigo ver a data. Engraçado, jurava que tinha visto uma caneta na cabeceira da cama, mas o papel continua no mesmo lugar. A luz é baixa, escassa, como se quase não estivesse ali, não vejo ninguém aqui, nem mesmo nomes em manchetes ou então em livros. Realmente não é um lugar agradável, mais eu não quero sair daqui.''